Não esperava começar com a publicação de um poema - e muito menos com este -, mas como esta altura exacerba alguns sentimentos que noutros tempos já são fortes, senti por necessidade relembrar ou dar a conhecer um dos mais lindíssimos carmes do plectro português.
Geralmente quando começo uma «antologia» uso outros poetas, mas é sempre bom inaugurar com Sophia.
Geralmente quando começo uma «antologia» uso outros poetas, mas é sempre bom inaugurar com Sophia.
Apesar das ruínas e da morte
Apesar das ruínas e da morte,
Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias.
Sophia de Mello Breyner Andresen, Poesia (1944)